"Na Primavera de 339 a.C, Sócrates comparece perante o tribunal dos Heliastas para responder por uma acusação de impiedade. Os seus inimigos são como uma hidra de muitas cabeças que, de momento, mostra, ameaçadoras apenas três: Meleto, Ânito e Lícon. São os comparsas empurrados para a frente da cena por uma vontade maioritária de extermínio do filósofo. Meleto é um poeta medíocre que se prestou (por ódio? por dinheiro?) a colaborar num processo cuja fundamentação ele nunca chegou bem a entender.É ele que aparece junto do arconde-rei como o primeiro fautor da acusação, mas, no fundo, é apenas um peão movido por Ânito, um dos chefes mais prestigiosos do partido democrático. Quis este situar-se em segundo plano para mais facilmente, e com menos risco, orientar o jogo, que tinha implicações políticas vastas de resultados imprevisíveis. "
"Platão - Apologia de Sócrates e Banquete."
Assustador, não? É que entretanto passaram-se 2349 anos! E não parece!
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